A Marinha do Brasil autorizou, nesta segunda-feira, o início dos testes para o aumento do calado de 11,70 metros para 11,90 metros no canal da Barra Norte, no Rio Amazonas. A Portaria 122/2020 foi assinada, no dia 30 de março, pelo Vice-Almirante Newton de Almeida Costa Neto, comandante do Comando do 4° Distrito Naval.
O presidente da ATP (Associação de Terminais Portuários Privados), Murillo Barbosa considera a ação da Marinha positiva. De acordo com ele, o aumento do calado incrementa significativamente a movimentação de cargas e potencializa a produtividade da operação, além de contribuir para atração de investimentos, como a instalação de novos terminais e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda na Região Norte.
“A ampliação de 20 cm do calado pode representar um aumento da capacidade de transporte de carga da ordem de 1,800 toneladas para cada navio. Além de permitir o transporte de maior quantidade de carga, a mudança promove uma melhoria de eficiência e a diminuição dos custos logísticos no norte do País.”, explica Barbosa.
A região é rota de escoamento da safra de grãos e de minério, principalmente do Centro-Oeste, e registra aumento anual do volume transportado, impulsionado pelos recordes na produção de soja e milho.
Segundo Barbosa, o entendimento da Marinha do Brasil sobre o tema é importante para o avanço na resolução de um dos gargalos da operação na região. “A medida vai gerar aumento da competitividade dos terminais que fazem uso do Barra Norte, no Rio Amazonas. A ampliação do calado aumenta significativamente a produtividade da operação.”, completa.
TESTES
A Portaria 122/2020, com efeito imediato, determina que os dez testes sejam feitos por práticos com, pelo menos, três anos de experiência e deverão contar com a presença de um representante da Autoridade Marítima.
Nos testes, para efetuar a passagem pelo Arco Lamoso, os navios devem estar carregados com 11,70 metros de calado de carga e 20 centímetros de lastro. Trata-se de uma precaução de segurança adotada pela Marinha para que, em caso de problemas, como encalhe, possam ser esgotados os centímetros e, assim, seja possível retornar aos 11,70 metros.
Após cada teste de navegação, o prático responsável deverá emitir relatório conclusivo, em até 10 dias, que deve informar se a navegação ocorreu de forma segura ou se ofereceu risco à segurança.
Além disso o documento deve apresentar dados técnicos das manobras, como o calado utilizado pelo navio, a plotagem da posição do navio a cada 10 minutos com a respectiva profundidade local e a velocidade do navio.
Após a conclusão dos testes, a análise dos relatórios pelo Comando da Marinha sobre a viabilidade do aumento de calado na região será definida em até 30 dias.
Fonte: www.portosenavios.com.br
Joana Wightman
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