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    Estudo aponta vantagens competitivas e potencial pouco explorado no uso da Hidrovia Paraguai-Paraná

    estudo

    Painel de debates do Seminário na Antaq , em Brasília, sobre a hidrovia Paraguai-Paraná

    O Brasil utiliza atualmente apenas 10% do potencial de transporte de cargas pela hidrovia Paraguai-Paraná. Em números, não há quantidade expressiva de movimentação. No entanto, o potencial e a redução de custos logísticos saltam aos olhos, podendo chegar a uma economia de 25% no transporte de mercadorias. Os dados e a análise fazem parte de estudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) sobre as vantagens competitivas, oferta e demanda de cargas da hidrovia apresentado nesta terça-feira (18) em seminário realizado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em Brasília.

    “O incentivo ao aumento da navegação em hidrovias brasileiras é uma demanda que a ATP (Associação de Terminais Portuários Privados) está empenhada em atuar, pois a redução dos custos logísticos é muito considerável e impacta em maior competitividade do produto brasileiro no exterior”, afirma a diretora-executiva da ATP, Luciana Guerise.

    Uma das propostas do estudo foi analisar as alternativas econômicas e viáveis para facilitar a chegada de cargas aos portos marítimos por meio da hidrovia Paraguai-Paraná. Ficou comprovado que o transporte pela hidrovia pode gerar uma economia de cerca de 25% nos custos logísticos no transporte de carga para o trecho de mil quilômetros, se comparado ao custo rodoviário.

    Na ocasião, o diretor Antaq, Adalberto Tokarski, destacou as iniciativas do Paraguai de incentivo aos estaleiros e a indústria de barcaças, que servem de exemplo para o Brasil. Ele anunciou que a Antaq vai realizar eventos em Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e países vizinhos para a divulgação do estudo.

    O estudo foi feito pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), da UFPR, e dividido em três eixos: infraestrutura, mercado e regulatório. A pesquisa identificou que o potencial brasileiro é de transportar 40 milhões de toneladas pela hidrovia, sendo que hoje o que é movimentado são apenas 4,5 milhões de toneladas.

    Segundo o professor Eduardo Ratton, superintendente do ITTI, o eixo de infraestrutura do estudo apontou a falta de terminais na hidrovia Paraguai-Paraná, assim como de acessos terrestres rodoviários e ferroviários. “Precisamos de incentivo e esforços para viabilizar um maior uso da hidrovia. Acreditamos até mais nos portos privados para atender a essa demanda por meio do investimento privado”, ressaltou.

    Redução no custo logístico

    Uma das vantagens do uso da hidrovia Paraguai-Paraná é facilitar o escoamento da produção de soja do Mato Grosso. A diferença de custo em relação ao transporte rodoviário para uma carga de cinco milhões de toneladas do grão chega a R$ 800 mil. Quando o volume transportado passa para 30 milhões de toneladas, a economia com o uso da hidrovia pode chegar a R$ 4,7 milhões.

    “O custo de produção da soja brasileira é mais barato que o norte-americano, mas o nosso produto chega mais caro no mercado externo devido aos custos de transporte no país”, afirmou a engenheira do ITTI Flávia Waydzik, que apresentou o eixo de mercado da pesquisa.

    O estudo traçou ainda uma matriz de oportunidades com projeção de demanda para o horizonte de 15 anos. Entre as perspectivas de trocas comerciais entre os cinco países que usam a hidrovia (Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina), foram elencados 24 produtos potenciais com destaque para o milho, a soja e o minério de ferro pelo lado brasileiro.

    Outros aspectos analisados no estudo foram os impactos da tributação em cada país e as atividades regulatórias. Um dos gargalos para investimentos no setor, segundo o diretor Jurídico do ITTI, Ruy Zibetti, é a demora do Poder Público em autorizar a entrada de empresas no segmento. “O prazo varia de cinco anos podendo chegar até 10 anos. É muito dinheiro, tempo e energia que fazem com que as empresas desistiam das atividades hidroviárias”, avaliou.

     

    Joana Wightman
    Coordenação de Comunicação ATP
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    Publicado em 18/09/2018
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